Dia 12 de outubro de 1996. São Paulo, Estádio do Pacaembu. Com alguns minutos de atraso, as luzes do estádio se apagam e um estrondoso ruído toma conta do local. Parecia o barulho de engrenagens de uma grande máquina enferrujada tentando, com alguma dificuldade, voltar a funcionar.
Ao olhar para o palco, uma grande bola de demolição se movia, em seu próprio ritmo, de um lado para o outro, até derrubar um muro cenográfico, especialmente preparado para o show. Por trás do muro, a grande bola revelou um brilhante (e nem um pouco enferrujado) AC/DC, e os primeiros acordes do maior sucesso da banda: Back In Black.
Quem estava lá, sabe: impossível não ficar com todos os pêlos do corpo arrepiados. Era o AC/DC, no Brasil, depois de mais de 10 anos, quando se apresentou na primeira edição do Rock In Rio. Era o AC/DC de novo! O AC/DC, c@%*lho!!
O Pacaembu ficou eufórico em diversos momentos da apresentação dos irmãos Young e companhia. Em “Whole Lotta Rosie”, a boneca grande e gorda que envolvia o palco podia ser vista de qualquer ponto do estádio (a história de Rosie a gente conta em outro post).
“Hail Cesar” (do então disco novo, “Ballbreaker”) fez os fãs cantarem em coro sob a batuta de Brian Johnson. E os canhões de “For Those About To Rock”, que fecharam a noite, também mereceram os pêlos arrepiados e os gritos de “C@%*lho!! É o AC/DC!!”
Embora elogiado pela crítica, o penúltimo álbum, “Stiff Upper Lip” (produzido pelo irmão George Young) não conseguiu a mesma repercussão que o antecessor, “Ballbreaker” (produzido pelo mago da produção musical, Rick Rubin), havia arrebatado. Mas o último, “Black Ice”, não é só genial: é a cara do AC/DC de antigamente, com a repercussão de “Ballbreaker”. E o que é melhor: com direito a turnê e passagem pelo Brasil.
E se hoje, conseguir um ingresso pro show do AC/DC já não é tão simples quanto foi na época da Ballbreaker Tour, fica a expectativa de que o show também supere uma das melhores apresentações que o Pacaembu já recebeu.
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